processos de subjetivação

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E NATURAIS
DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA

PROCESSOS DE SUBJETIVAÇÃO

Análise dos textos: “Psicologia: Subjetividade, ética e cultura” (Rolnik, Suely) e “Laicidade” (Serres, Michael)

Professora: Profa. Janaína Mariano César

ALCIONE EMERICH

VITÓRIA
2014
Ambos os textos se complementam nos fazendo aprofundar a reflexão sobre a nossa subjetividade. No texto “laicidade” fala-se de um tal Arlequim que sobe ao palco para compartilhar sua experiência e responder perguntas acerca de sua viagem às regiões lunares. Surpreendentemente, Arlequim alega que “em toda parte tudo é como aqui, em tudo idêntico ao que se pode ver comumente sobre o globo terráqueo. Só mudam os graus de grandeza e beleza”. A plateia, evidentemente, sente-se em profunda decepção, pois esperava algo inédito a ser dito por ele. Entretanto, todos são surpreendidos quando alguém se levanta e ironicamente questiona, “Hei! - você aí, que diz que tudo em toda parte é como aqui, quer que a gente acredite também que sua capa é feita de uma mesma peça, tanto na frente como na traseira?”.
Temos a seguir uma profunda lição acerca da subjetividade. Arlequim por mais que negasse a experiência com o novo, com o diferente e com o extraordinário, trazia nas suas vestes as marcas de sua própria heterogeneidade. “De fato, a roupa do rei anuncia o inverso do que ele pretende”. Talvez o próprio Arlequim não se desse conta da diversidade da vida e das experiências, entretanto, suas roupas demonstravam que na prática ele estava atravessado por diversas “costuras e panos”. Sim, sua viagem às regiões lunares o afetou! O relato ainda surpreende quando após o rei despir-se, o auditório reparou assombrado que não apenas suas roupas eram diversas, mas a sua própria pele estava marcada, tatuada com esta diversidade impregnante. “Até mesmo a pele de Arlequim desmente a unidade pretendida por suas palavras. Também ela é um casaco de