Principios básicos e a relação entre Cinema clássico e Naturalismo

Introdução Este trabalho procura apresentar de maneira resumida conceitos sobre Naturalismo, e sua relação com o cinema, levando em conta principalmente o começo do século XX, e as obras de Ismail Xavier, “O discurso cinematográfico: a opacidade e a transparência” e “A experiência do Cinema”, este uma antologia organizado por Xavier, cujo capítulo “Ontologia da imagem fotográfica”, de André Bazin, é a parte que interessa para este trabalho. Consiste também em associar estes conceitos com o Cinema Clássico e suas importâncias para o desenvolvimento desta arte, uma análise de diferentes formas de projeção de imagens representativas, de imitação do real, de ilusão do espectador.

Tríade Naturalismo/Decupagem clássica/Mecanismo de identificação O cinema clássico possui uma narrativa clara, objetiva, equilibrada, com os acontecimentos fluindo, sem informações e imagens faltando ou sobrando em sua construção. A ação dos personagens tem causa e motivação, são conscientes e estão sempre ligadas a um acontecimento anterior e um posterior. Tudo acontece com motivo e faz parte do todo, como num quebra-cabeça. A sensação de continuidade é essencial, na sua narração, e também em sua projeção cênica. O naturalismo no cinema clássico busca invariavelmente, de maneira sistemática, representar o real, em seu espaço (arquitetura e decoração), figurino, relação e falas entre personagens, ação e reação dos atores/pesonagens, resumidamente, em toda e qualquer situação que os realizadores do filme controlam. Muito importante para a dinâmica naturalista é a mimese, a analogia a realidade, de seus fatos e informações visuais. Consequência desta ideologia dominante no cinema Hollywoodiano é a alienação do público e da crítica, que foram condicionados a este modelo, considerando outros modelos como inferiores. A decupagem clássica é a forma de representar a imagem cênica como algo real, iludindo o telespectador. A preocupação é que o ritmo de sucessão de imagens seja