Primeiro Reinado: o discurso político como chave de entendimento da escrita da História

4316 palavras 18 páginas
ANPUH – XXV SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA – Fortaleza, 2009.

Primeiro Reinado: o discurso político como chave de entendimento da escrita da historia 1
Vantuil Pereira *

Resumo: A Independência do Brasil foi resultado de um processo político que propiciou o surgimento do Império do Brasil. Ao longo dos decênios de 1820 e 1840, foram criadas as condições para à construção do Estado nacional. Contudo, os primeiros anos da nova nação foram marcados por uma série de conflitos políticos envolvendo setores sociais originários de
Portugal e grupos nacionais. No entanto, acreditamos ser necessário rediscutir as interpretações que procuram explicar a crise do Primeiro Reinado que enfatizam o embate entre portugueses e brasileiros como elemento central para ebulição política daquele período.
Da mesma maneira, os estudos historiográficos recentes têm mostrado outras dimensões até então pouco exploradas, indicando que o conflito envolvendo brasileiros e lusitanos constituía-se em uma luta política com diversas expressões entre as camadas da sociedade.
Assim, pode-se ainda argumentar como as camadas populares e a escravaria interferiam no cotidiano, agudizando ainda mais o cenário de conflito nas esferas superiores da sociedade.
Até o presente, a historiografia sobre o Primeiro Reinado fixou-se quase que invariavelmente na visão de período como uma transição entre a Proclamação da Independência e a verdadeira libertação nacional, o 7 de abril de 1831, que também fora a época da consolidação da autonomia política do Brasil. Porém, Acreditamos que o cerne do debate passa pelo que se pode chamar “escrita da história do Primeiro Reinado”, isto é, que sejam questionadas as leituras deterministas, as cronologias e as explicações únicas para os eventos presentes naquele período histórico. Assim, o artigo, fruto de uma primeira discussão sobre o tema que temos nos debruçado, pretende mapear as problemáticas centrais do que possa vir a ser uma nova leitura do

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