primavera arabe tunisia
Entrentanto, a instabilidade política obrigou o governo nascido da revolução a entregar o poder nos termos de um acordo negociado a duras penas.
No fim de 2010, a Tunísia foi o local de nascimento de um improvável acontecimento: as primeiras manifestações populares da história do mundo árabe que conseguiram derrubar governos. Mais de três anos depois da queda de Zine el-Abidine Ben Ali, o sonho da Primavera Árabe se degenerou em novas ditaduras, guerras e intervenções estrangeiras. Na Tunísia, entretanto, o início de 2014 vem acompanhado de boas notícias. O país parece ter encontrado uma fórmula para iniciar a conciliação entre um regime democrático com o islã político, movimento que busca organizar os países por meio de uma matriz islâmica.
Jovem imolou-se em protestoTudo começara em 17 de dezembro de 2010, quando Mohamed Bouazizi, um jovem de 26 anos da cidade de Sidi Bouzid se imolou em protesto contra a constante perseguição da polícia, que o assediava e impedia de levar a cabo a sua atividade de vendedor ambulante. O jovem ganhava aproximadamente cem euros por mês que lhe serviam para sustentar a mãe, um tio, um meio irmão e pagar a faculdade de uma irmã.
Os primeiros protestos em Sidi Bouzid foram violentamente reprimidos, e imagens dessa repressão começaram a correr o país através do Facebook. Transferido para Tunes, Mohamed Bouazizi ainda seria visitado pelo próprio Ben Ali no hospital, numa tentativa desesperada de acalmar os protestos, mas faleceria no dia 4 de janeiro.
A partir daí, a mobilização alastrou-se e multiplicou-se, recebendo o apoio de islamistas, comunistas e sindicatos, incluindo a central sindical União Geral dos Trabalhadores Tunisinos (UGTT). Nem a repressão policial, nem as manobras de Ben