preceptoria e gestao em saude - literatura
O trabalho em saúde lida com a vida humana, envolvendo um grau de imprevisibilidade muito grande e a possibilidade de inúmeras formas de intervenção, retratando um cenário dinâmico, onde as situações raramente se repetem. Além disso, é primordial o questionamento ético a respeito dos efeitos dessas práticas.
Na área da saúde ainda sobressaem modelos de gestão baseados na racionalidade técnico-burocrática. Modelos regulados em protocolos de ação decididos verticalmente, ou centrados em procedimentos médicos. Esses modelos de gestão optam por arranjos organizacionais onde cada um ocupa o seu lugar, o seu setor, ou seja, cada um tenta preencher totalmente os requisitos de seu papel profissional, repleto de competências, de foram disciplinada, organizada, pautada em comunicações hierarquizadas e horizontais corporativas. Entretanto, como relatam Cecílio e Mendes (2004), nem sempre as coisas funcionam como o previsto em normas e diretrizes dos serviços de saúde, visto que sempre há reinterpretações e reinvenções por parte dos trabalhadores, que, exercendo suas possibilidades de autonomia, reconstroem dinâmicas e práticas no cotidiano de trabalho.
1 - Cecílio, L.C.O e Mendes T.C – Propostas alternativas de gestão hospitalar e o protagonismo dos trabalhadores: Por que as coisas nem sempre acontecem como os dirigentes desejam? – Saúde e Sociedade. São Paulo, v.13, n.2, p. 39-55, 2004.
Faria e Araújo (2010) sugerem que o processo de trabalho seja analisado em sua dimensão macro e micropolítica, valorizando os instrumentos e as estratégias que incluem os trabalhadores no questionamento do que se produz