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355 palavras 2 páginas
ALBERTO CAEIRO – O MESTRE INGÉNUO

Para Caeiro fazer poesia é uma atitude involuntária, espontânea, pois vive no presente, não querendo saber de outros tempos, e de impressões, sobretudo visuais, e porque recusa a introspeção, a subjetividade, sendo o poeta do real objetivo.
Caeiro canta o viver sem dor, o envelhecer sem angústia, o morrer sem desespero, o fazer coincidir o ser com o estar, o combate ao vício de pensar, o ser um ser uno, e não fragmentado.
Discurso poético de características oralizantes (de acordo com a simplicidade das ideias que apresenta): vocabulário corrente, simples, frases curtas, repetições, frases interrogativas, recurso a perguntas e respostas, reticências;
Apologia da visão como valor essencial (ciência de ver)
Relação de harmonia com a Natureza (poeta da natureza)
Rejeita o pensamento, os sentimentos, e a linguagem porque desvirtuam a realidade (a nostalgia, o anseio, o receio são emoções que perturbam a nitidez da visão de que depende a clareza de espírito)

Objetivismo apagamento do sujeito atitude antilírica atenção à “eterna novidade do mundo” integração e comunhão com a Natureza poeta deambulatório
Sensacionismo
poeta das sensações tal como elas são poeta do olhar predomínio das sensações visuais (“Vi como um danado”) e das auditivas o “Argonauta das sensações verdadeiras”
Antimetafísico (“Há bastante metafísica em não pensar em nada.”) recusa do pensamento (“Pensar é estar doente dos olhos”) recusa do mistério recusa do misticismo
Panteísmo Naturalista tudo é Deus, as coisas são divinas (“Deus é as árvores e as flores/ E os montes e o luar e o sol...”) paganismo desvalorização do tempo enquanto categoria conceptual (“Não quero incluir o tempo no meu esquema”) contradição entre “teoria” e “prática”

CARACTERÍSTICAS ESTILÍSTICAS
Verso livre
Métrica irregular
Despreocupação a nível fónico
Pobreza lexical (linguagem simples, familiar)
Adjetivação objetiva
Pontuação lógica
Predomínio do presente do

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