Positivismo no Ceará

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CAPÍTULO SEGUNDO

O POSITIVISMO NO CEARÁ I) O grupo de Rocha Lima;
II) Clóvis Beviláqua;
III) Outras manifestações positivistas no Ceará; IV) Capistrano de Abreu. Farias Brito.

I

No Ceará forma-se, em 1872, em torno de Rocha Lima, "a mais fulgurante estrela do Ceará", no dizer de Capistrano de Abreu,(1) Nota do Autor um grupo literário, ledor de Comte, composto de Araripe Júnior, Antônio Felino Barroso, Xilderico de Faria, João Lopes, Antônio José de Melo, Domingos Olímpio, Tomás Pompeu Filho e Capistrano de Abreu.

A esse grupo se ligaria, em 1874, Nicolau França Leite, engenheiro positivista que se transferira de São Paulo para exercer, no Ceará, as funções de Fiscal da Estrada de Ferro de Baturité.(2) Nota do Autor A ele me referirei mais detidamente ao tratar do movimento positivista na Pauliceia.

Capistrano que, como acabamos de ver, participou desse grupo, assim o descreve:

"Era em casa de Rocha Lima que se reuniam os membros do que chamávamos Academia Francesa. Quanta ilusão! Quanta mocidade! França Leite [Nicolau] advogava os direitos do comtismo puro, e sustentava que o Système de Politique era o complemento do Cours de Philosophie. Melo [Antônio José de] descrevia a anatomia do cérebro, com a exatidão do sábio e o estro do poeta. Pompeu Filho [Tomás] dissertava sobre a filosofia alemã e sobre a Índia, citava Laurent e combatia Taine. Varela — o garboso, abnegado paladino — enristava lanças a favor do racionalismo. Araripe Júnior encobria com a máscara de Falstaff a alma dorida de René. Felino Barroso [pai de Gustavo Barroso] falava da Revolução Francesa com o arrebatamento de Camille Desmoulins. Lopes [João, pai do poeta B. Lopes], ora candente como um raio de sol, ora lôbrego como uma noite de Walpurgis, dava asas a seu humor colossal. Por vezes, das margens do Amazonas chegava o eco de uma voz, doce como a poesia das suas águas sem fim — a de Xilderico de Faria. O mais moço de todos, Rocha Lima, era um dos que

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