portugues

Em linguística é muito difícil fazer datações, pois sabemos que as línguas nem sempre acompanham os movimentos sócio-políticos, e muito menos os calendários oficiais. Por isso mesmo, não há, entre os estudiosos, unanimidade no que diz respeito a uma periodização da língua portuguesa. Muitas periodizações foram propostas, mas há entre elas algumas divergências. No entanto, existe um consenso de que a língua portuguesa pode ser dividida em períodos como: período arcaico, período clássico e período moderno.

O período arcaico do português se inicia na época dos primeiros documentos escritos, no século XIII, e vai até meados do século XV (lembrando sempre que essas datas são estimadas). Mas muitos estudiosos dividem o período arcaico em primeira e segunda fase. O que seria considerada a primeira fase do português arcaico é conhecida como galego-português.

Na aula passada nós vimos os movimentos de Reconquista, quando os reinos cristãos expandiram seus territórios na Península Ibérica. Enquanto o reino de Portugal ia se consolidando, o galego-português, língua falada na região, passou a ocupar os territórios novos, que como vimos anteriormente, se deslocaram do norte para o sul. Essa língua passou a ser adotada pelos moçárabes, pelos muçulmanos que ficaram nos territórios conquistados, e por pessoas que rumavam do norte para o sul para ocupar as terras abandonadas pelos árabes.

Os primeiros documentos grafados em língua portuguesa datam do século XIII, como dissemos logo acima. São, em sua grande maioria, documentos oficiais, documentos particulares, leis locais e leis gerais. Apesar de o galego-português ser uma língua de grande prestígio, ainda se escrevia muitos documentos oficiais em Latim, que cada vez mais ia recebendo interferências da língua falada. Mas uma parte da população não conhecia esse latim literário, e por isso, na redação de documentos relativos às heranças, demandas e doações, eram incorporadas características da fala corrente da população. O