Política

Conforme diagnóstico da Escola de Frankfurt e seus desdobramentos, a sociedade atual (amplamente administrada pela racionalidade instrumental e pela indústria cultural) vive um estado mórbido e apolítico, onde a Política, como uma dimensão vital da sociedade, encontra-se reduzida à dimensão administrativa e sistemática. Um dos problemas centrais da atualidade é o processo de esvaziamento da esfera pública e o conseqüente afastamento da sociedade civil do debate público e de temas eminentemente sociais e humanos.

Faz-se então necessária uma melhor compreensão e reflexão sobre alguns termos definidos. Da “segunda geração” da Escola de Frankfurt, o pensador alemão Jürgen Habermas, que, em suas formulações teóricas, dá destaque para o modelo democrático centrado na deliberação pública, define o conceito de esfera pública como um espaço de interação entre os cidadãos, distinto do Estado, onde os indivíduos interagem uns com os outros, debatendo decisões e fazendo deliberações. Por exemplo, discutem decisões tomadas pelas autoridades políticas, o conteúdo moral de relações na sociedade, etc e apresentam suas demandas ao Estado. A esfera pública, para Habermas, nasce com a imprensa, veículo de informação da sociedade não ligada ao Estado, no momento histórico da ascensão da burguesia enquanto classe, porém ainda estruturada num sistema monárquico com a importante presença da nobreza e de diferenciações sociais por títulos e etc.

Uma das características centrais da esfera pública é a participação igualitária e pública de um sujeito plural que discute os problemas a partir de um processo comunicativo ou diálogo onde prevalece a autoridade do melhor argumento- ou seja, retórica. A importância da esfera pública como base de legitimação da ação política deve ser ressaltada, e esse espaço autônomo de deliberação pública fora do âmbito estatal possui uma força de integração social capaz de resistir às diversas formas de dominação vigentes. Dessa forma, as ações