Política e cidadania

Política e Cidadania
Para tocar no tema política e cidadania, convém antes um esforço para compreender tais conceitos, para isso uma olhada em suas origens etimológicas é de certa forma cabível. A palavra política vem do grego, e significa a arte de administrar a polis (cidade-estado na Grécia antiga) administração esta que deveria ter como fim último a felicidade do cidadão. Já o termo cidadão é de origem latina oriundo da palavra civitas que pode ser traduzida por cidade. Cidadania que deriva de cidadão é, portanto, a ação que o sujeito habitante da cidade (civitas) exerce sobre esta, e tal ação é de ordem participativa, isto é: um sujeito consciente de seus direitos e deveres que participa da administração da cidade.
Em suas origens as palavras se completam, e passam o entendimento de que se aplicados estes conceitos em uma sociedade a vida dos que nela habitam seria socialmente justa. O problema começa em colocar estas teorias na prática, pois somente é possível aplica-las dentro de um mesmo conjunto, e se não há uma logo a outra não existe.
Analisando de forma geral o panorama brasileiro, é indiscutível os avanços no plano cidadania. Direitos outrora impensáveis, hoje são realidades. O sufrágio universal, lei contra o preconceito racial, lei Maria da Penha e a lei da ficha limpa.
Apesar de tais avanços serem de suma importância para o desenvolvimento da cidadania em grande parte eles ainda constam somente no plano teórico. No campo eleitoral os eleitores, quando não vendem os votos, tem como opção as manjadíssimas figuras que representam sempre o mesmo modelo estrutural de sociedade, ou se deixam levar pelas campanhas milionárias criadas pelos profissionais da propaganda calcados na grande fábrica de opinião chamada mídia, que na sua grande maioria são empresas comandadas pelos próprios figurões da política brasileira, o que é proibido por lei.
É no mínimo estranho, para não dizer constrangedor que um país como o Brasil tem de ter lei contra o racismo.