política de assistência
A decisão sobre se a política social deve se prestar a reduzir desigualdades na distribuição de renda ou se para criar rede de proteção para todos os cidadãos é também influenciada por certas visões sobre pobreza e suas causas. As variações tipológicas sobre pobreza são ilustrativas dos métodos para enfrentá-la. Gertrude Himmelfarb (1995), em um extenso trabalho onde analisa a ideia de pobreza na origem da sociedade industrial inglesa, cita um jornalista que foi considerado o “descobridor dos pobres”: Henry Mayhew. Mayhew separa-os em dois tipos, com base em valores ainda difundidos e utilizados para critérios de seleção nos dias atuais: pobres honrados e os que não são. No primeiro tipo estão os que se esforçam para trabalhar ou os incapacitados e no segundo aqueles que não querem saber de trabalho. A Mayhew também foi atribuída a utilização do que se convencionou chamar linha da pobreza, ou seja, uma referência para indicar a carência material (com indicadores variáveis) a que uma parcela da população estava submetida. A forma clássica de atender os pobres por meio das políticas públicas é tomar suas famílias como objeto de intervenção. Mais contemporaneamente operou-se uma mudança muito importante em termos do entendimento dos problemas sociais e das estratégias de enfrentamento da pobreza, recolocando a família em pauta. Essas mudanças se expressaram no Brasil, com o Estatuto da Criança e do Adolescente, em 1990, seguido pela Lei Orgânica da Assistência Social, em 1993, e, na Inglaterra, com o Aet of Children, de 1989. Tais documentos reintroduzem a problemática da família como uma das integrantes do processo de socialização da criança, não sendo a única responsável pelos infortúnios ou desvios. Neste embalo a família volta a ser o foco das políticas públicas sob novos parâmetros, favorecendo um olhar mais consistente sobre a importância da relação familiar. A família pobre, antes