politica de substituição de importação
Durante as décadas de 50 e 60, a Comissão Econômica Para a América Latina (Cepal) preconizava que o desenvolvimento dos países do terceiro mundo passava necessariamente por um amplo programa de substituição de importações. Esse programa tinha o intuito de possibilitar o surgimento de um setor industrial, produtor de manufaturados, que permitisse uma acumulação de capital suficiente para desencadear um processo de desenvolvimento econômico auto-sustentável e duradouro.
No Brasil, o setor mais capitalizado da economia era a agricultura. O programa cepalino pressupunha que o setor agrícola exportador gerasse divisas que permitissem a importação de bens de capital para a indústria nascente; fosse produtor de alimentos a preços baixos, para não pressionar os salários urbanos/industriais; fosse, também, fornecedor de mão-de-obra barata, para atender a demanda do setor industrial; e, ainda, que servisse de mercado consumidor para os produtos da incipiente agroindústria nacional de insumos modernos. A agricultura, como veremos, cumpriu seu papel satisfatoriamente.
A produção de alimentos entre 1949 e 1982 cresceu a uma taxa média de 3% ao ano para arroz, batata, cebola, tomate, milho, soja, café, cana-de-açúcar, cacau e laranja. Apenas para feijão e mandioca esta média ficou abaixo de 2% ao ano, o que, em comparação com a taxa de crescimento populacional no período, é insatisfatória.
No tocante a geração e transferência de recursos a agricultura também exerceu um papel importante. O setor agrícola sofreu uma série de medidas discriminatórias (tais como sobrevalorização cambial, impostos e cotas de exportação e tarifas de importação), sendo estas responsáveis por um drástico processo de transferência de renda do setor primário da economia para os demais.
Por outro lado, estas medidas também foram responsáveis pela diversificação da pauta comercial brasileira, com destaque para a crescente participação de produtos