Politica Cambial

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No Brasil, muitos economistas sustentam que a política cambial seria um importante instrumento de promoção do desenvolvimento pois permitira às empresas nacionais competir com outras do resto do mundo, estimulando-as a adotar tecnologias de ponta. A suposta sobrevalorização da taxa de câmbio enfrentada no momento teria, segundo essa visão, efeitos de longo prazo nefastos sobre a economia. A principal ameaça seria a desindustrialização - muitas vezes descrita como um retorno à economia agrária - que acabaria por reduzir o ritmo de crescimento da economia brasileira. Note-se que o argumento apresenta desenvolvimento da indústria e desenvolvimento do país como se fossem a mesma coisa. Segue-se desse raciocínio que, para se desenvolver, o Brasil precisaria reverter a tendência à sobrevalorização da taxa de câmbio. Supostamente, essa estratégia teria sido a adotada pelos países emergentes que mais rapidamente crescem. A tendência à sobrevalorização resultaria tanto da doença holandesa - entrada de divisas devido às exportações de commodities - como do fluxo de investimentos externos causados pelas altas taxas de juros e retorno do capital superior ao observado no resto do mundo.

Embora a tese do vínculo entre desenvolvimento de longo prazo e câmbio desvalorizado conte com muitos adeptos, ela não tem sustentação empírica. Ao contrário, na extensa literatura do campo de crescimento, evidências nessa direção são exceções e não se sustentam ante os mais básicos testes estatísticos e perturbações nos modelos utilizados para estimá-las. Não por acaso, a profissão vem dando escassa atenção ao tópico fora do Brasil. Por exemplo, em todos os 28 capítulos e cerca de 1.800 páginas dos dois volumes do HandBook of Economic Growth - o mais importante resumo do estado da arte no campo - não há nenhum capítulo dedicado à política cambial, uma indicação de que o consenso é de sua pouca importância na determinação do crescimento. Nas poucas páginas dedicadas ao tópico, em um

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