Política habitacional e inclusão social no Brasil

A presente parte do artigo traz um breve histórico do tratamento que a questão referente a habitação no Brasil recebeu durante os governos anteriores ao governo Lula e expõe os programas e estratégias criados e desenvolvidos ao longo dos anos e que serviram de referência para a formulação do programa nacional. Tentando diminuir os impactos da acelerada urbanização no país, que ocorria em meados do séc. XX, e ao mesmo tempo adquirir apoio entre as massas populares logo após o golpe de 1964 o governo militar cria o Banco Nacional de Habitação (BNH). A começar pelo caráter de banco; o BNH se colocou à frente como um incentivador da economia, tendo como principal meta de remunerar o capital investido. Para auxiliar o lado empresarial do BNH, foi criado o Sistema Financeiro Habitacional (SFH), que captava recursos advindos do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo), com base no sistema de poupança voluntária.
O BNH não foi capaz de resolver o problema de falta de moradia e infra estrutura gerado pelo crescimento urbano. Não seria razoável exigir que o sistema pudesse financiar a construção de unidades prontas na dimensão necessária, mas, os resultados, do ponto de vista quantitativo, foram muito expressivos, tanto quanto na questão da moradia como na do saneamento. Um dos grandes equívocos deste sistema foi voltar todos os recursos para a construção civil formal, sem ter estruturado qualquer ação significativa para apoiar aqueles que não tinham acesso a ela, e o resultado disso foi um intenso processo de urbanização informal. Após a queda do regime militar em 1986 o BNH chegou ao seu fim e com ele foi-se uma estrutura de caráter nacional que, mal ou bem, tinha acumulado enorme experiência na área. Na redemocratização que ocorria no país, ao invés de uma transformação, ocorreu um esvaziamento e pode-se dizer que deixou propriamente de existir uma politica nacional de habitação. O BNH foi extinto após se