Poemas De Gregorio De Matos
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Inconstancia das coisas do mundo!
Nasce o Sol e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tritezas e alegria.
Porém, se acaba o Sol, por que nascia?
Se é tão formosa a Luz, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz falta a firmesa,
Na formosura não se dê constancia,
E na alegria sinta-se a triteza,
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza.
A firmeza somente na incostância.
Gregório de Matos
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O todo sem a parte não é todo;
A parte sem o todo não é parte;
Mas se a parte o faz todo sendo parte,
Não se diga que é parte, sendo todo.
Gregório de Matos Guerra
Mandai-me Senhores, hoje que em breves rasgos descreva do Amor a ilustre prosápia, e de Cupido as proezas.
Dizem que de clara escuma, dizem que do mar nascera, que pegam debaixo d’água as armas que o amor carrega.
O arco talvez de pipa, a seta talvez esteira, despido como um maroto, cego como uma toupeira
E isto é o Amor? É um corno.
Isto é o Cupido? Má peça.
Aconselho que não comprem
Ainda que lhe achem venda
O amor é finalmente um embaraço de pernas, uma união de barrigas, um breve tremor de artérias
Uma confusão de bocas, uma batalha de veias, um reboliço de ancas, quem diz outra coisa é besta.
Gregório de Matos
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Na coleção de 8
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SONETO VII
Ardor em firme coração nascido!
Pranto por belos olhos derramado!
Incêndio em mares de água disfarçado!
Rio de neve em fogo convertido!
Tu, que em um peito abrasas escondido, (*?) Tu, que em ímpeto abrasas escondido,
Tu, que em um rosto corres desatado,
Quando fogo em cristais aprisionado,
Quando cristal em chamas derretido.
Se és fogo como passas brandamente?
Se és neve, como queimas com porfia?
Mas ai! Que andou Amor em