Poder
Conversa entre Michel Foucault e Gilles Deleuze O poder não é um objeto natural, uma coisa; é uma prática social e como tal constituída historicamente.
(Sérgio Sanandaj Mattos)
Começo por uma indagação: Como um texto de 41 anos ainda pode contribuir para pesquisadores iniciais? E ainda hoje continuar afirmando sua veracidade? Analisando as questões apresentadas no texto, surgem mais indagações, como: o poder está em cada um de nós? Ou será que a voz “discurso” é uma arma do poder? Com todas essas indagações, chego à conclusão que esse texto está mais vivo do que antes.
Segundo Deleuze, havia uma nova visão em relação a vivencia da teoria-prática daquele momento. Tendo como conseqüência a prática da aplicação teórica ou vice-versa, “devendo inspirar a teoria, como sendo ela própria criadora com relação a uma forma futura de teoria”, porém Foucault e Deleuze viam isso de outra maneira, em que as relações teoria-prática são bem mais parciais e fracionadas. Tendo a prática como um conjunto de alternância entre teorias e também, alternância entre uma prática e outra, alimentando e criando assim, novas teorias, pois quando se cria uma teoria se faz necessário a prática dessa teoria para melhor desenvolvimento e aceitabilidade da mesma. E a partir da alternância desses conjuntos, vão surgindo novas teorias.
Partindo deste conceito, Foucault e Deleuze já não tinham o intelectual teórico como centro da representatividade, ou seja, deixaram de agir e lutar representando a classe menos favorecida da sociedade. A partir daí os intelectuais não representavam mais, e assim passou a existir a ação da teoria e a ação da prática. Segundo Foucault, os intelectuais descobriram que a burguesia já não necessitava do saber deles, entenderam perfeitamente que os mesmos tinham consciência e conhecimento suficiente para falarem por si próprios e que esse poder já não estava só na censura, mas também estava entranhado na sociedade. E já não tinham