Poder e política nas organizações

Poder e política são inerentes à condição humana e não há como negá-los nas organizações. Estas, por sua vez, são formadas por inúmeros recursos e movidas no dia a dia por decisões, que são na essência um “sim” para um caminho e um “não” para todos os demais, invariavelmente envolvendo pessoas e interesses, formando, portanto a base para a existência de uma relação de poder. E se há uma relação de poder, qualquer que seja a organização, consequentemente haverá a política. E por fim, embora a conotação das palavras poder e política seja ruim, nos levando a imaginar ditaduras ou falcatruas, entendo aqui ser exatamente o oposto: o poder e a política podem trazer benefícios às organizações, especialmente se utilizados na medida certa.
Na sequência, há de se falar sobre o papel funcional exercido pela política nas organizações, e para tal, convém mencionar os três sistemas legítimos de poder, autoridade formal, cultura e expertise, e um quarto, a política: se por um lado os três primeiros sistemas se apresentam como um modelo formal de poder, respeitando-se hierarquias, conhecimento, cultura organizacional e valores, do outro lado há surge a política para questionar e vencer posições não desejadas pelos três primeiros e, a priori, servir como alavanca para o futuro e uma abertura às mudanças necessárias. Em suma, mesmos os sistemas legítimos de poder podem ser usados indevidamente ou em excesso e se isto for feito (não utilizados na medida certa), haverá um impacto negativo na organização, tão prejudicial quanto o uso incorreto ou excessivo da política, daí a política ter sua importante influência nas organizações.
E falando especificamente sobre os quatro pontos sobre os benefícios da política nas organizações, o que se vê é exatamente o que fora mencionado acima: a função de, no mínimo, questionar do “status quo”. Ao supor que a política irá assegurar que membros mais fortes serão alçados a lideres na organização, pressupõe-se que uma força maior que os poderes