Poder ampliado: quando a TV Câmara invade os lares pela TV aberta

Poder ampliado: quando a TV Câmara invade os lares pela TV aberta

GT: Políticas e Economia de Informação e Comunicação
Ana Paula Saab de Brito1

Resumo
Às vésperas de completarem 15 anos de sua criação, as TVs Legislativas (TVL) já não são mais vistas como meros veículos chapa-branca, ideologicamente comprometidos ou com o único propósito de servir de palanque para promover a imagem do parlamentar. Hoje elas se configuram como um importante instrumento para a democratização da comunicação, já que tornam públicas as ações que antes eram restritas ao cenário político interno. As TVL não apenas transmitem ao vivo o trabalho dos parlamentares nas sessões e comissões, como também produzem uma programação própria, diferenciada da TV comercial, quase sempre de cunho educativo e popular, já que elas não têm compromisso com o lucro e com os níveis de audiência. O seu público é a sociedade e não o consumidor. No Estado de São Paulo, 74 municípios possuem o sistema de TV a Cabo e recebem a programação da TV Assembléia, que por sua vez compartilha sua programação com as TVs Câmaras de 28 municípios. Existem, além destes, 29 municípios onde as TVs Câmaras locais transmitem suas atividades por outras mídias, e não no sistema compartilhado de TV a Cabo. O objetivo do presente trabalho é discutir a importância deste fenômeno recente da comunicação no Brasil, a partir da experiência da TV Câmara de Araçatuba, município cravado no extremo Oeste Paulista, na divisa com o Estado de Mato Grosso do Sul, onde a maioria dos meios de comunicação se concentra nas mãos de empresas privadas de cunho familiar. O advento da TV Câmara de Araçatuba, em 1995, foi um divisor de águas na história do Legislativo da cidade, pois passou a levar aos cidadãos informações sobre as atividades legislativas sem o corte editorial da mídia tradicional, o que também ampliou o campo de atuação dos parlamentares. Acredita-se que o cidadão-telespectador e a sociedade em geral são os grandes