Pneumonia associada a ventilaçao mecanica
Introdução
Desde a antiguidade até os dias atuais, a pneumonia é uma das doenças mais comuns, insidiosas e com alto potencial de morbimortalidade para os seres humanos. Antigos relatos de descrição de sintomas relacionados à pneumonia datam de 400 A.C e foram descritos por Hipócrates. Edwin Klebs foi o primeiro cientista a identificar uma bactéria no pulmão de um paciente que havia falecido, supostamente de causas de origem pulmonar. Em meados de 1880, Albert Frankel e Carl Friedlander identificaram, respectivamente, o Streptococcus pneumoniae e a Klebsiella pneumoniae. Sir William Osler, em 1901 classificou a pneumonia como uma das mais fatais doenças agudas, por sua letalidade a descreveu com a seguinte frase: “Capitã da morte da humanidade”.1
Isto reforça a importância desta doença para a ciência desde os primórdios, do século passado à atualidade, muito foi produzido em conhecimento sobre a sua fisiopatologia/fisiopatogenia, além de grandes avanços científicos relativos a descoberta dos agentes etiológicos e da antibioticoterapia.1
A pneumonia consiste em uma reação inflamatória do parênquima pulmonar, em que muitos ou praticamente todos os alvéolos são completados por fluídos, pode ser causada por uma vasta quantidade de agentes, incluindo vírus, fungos, micoplasma, parasitas e bactérias, sendo a pneumonia bacteriana a de maior incidência, causada mais frequentemente pelos pneumococos.2
A membrana pulmonar sofre as ações do processo inflamatório, o que a torna bastante porosa provocando um aumento da permeabilidade vascular, como consequência haverá sequestro de líquidos, hemácias e leucócitos presentes na corrente sanguínea para o interior dos alvéolos. Desta forma, os alvéolos infectados tornam-se progressivamente preenchidos com fluídos e células debris e a infecção dissemina-se pela multiplicação do agente infeccioso de