pluralismo jurídico

A comunicação é uma necessidade dos seres humanos diante do processo de constituição da sociedade. E, sem dúvidas, por meios das diversas expressões e interpretações linguísticas, as relações interpessoais puderam ser concretizadas, a fim de estabelecer meios para uma sobrevivência social. Desse modo, o anseio pela criação e manutenção associativa entre os indivíduos, fizeram-nos criar meios tanto para se defender das adversidades cotidianas como para criar laços entre eles, e assim, elaborar organizações em prol de uma união colaborativa. Isso pode ser analisado por meio das diversas formas de expressão, como no caso das pinturas nas cavernas, as quais, em muitos casos, serviam para indicar animais que foram caçados e como eles se comportavam. Havia também, nesse período pré-histórico, a crença na pintura de imagens que afugentavam as ameaças tanto de outros indivíduos, como de animais. Essas maneiras de se expressar contribuiu muito para as posteriores formas de organizações, sobretudo nas sociais, pois até os dias de hoje; e enquanto houver relações interpessoais, haverá evoluções, metamorfoses, adaptações das diversas formas de linguagens para estabelecer comunicações. Rousseau supôs que a linguagem humana teria evoluído gradualmente, a partir da necessidade de exprimir os sentimentos, até as formas mais complexas e abstratas. Logo, ele expressa a ideia de que:
“quando as ideias dos homens começaram a estender-se e a multiplicar-se, e se estabeleceu entre eles uma comunicação mais íntima, procuraram sinais mais numerosos e uma língua mais extensa; multiplicaram as inflexões de voz e juntaram-lhes gestos que, por sua natureza, são mais expressivos e cujo sentido depende menos de uma determinação anterior.”1
Bakhtin valoriza a fala, a enunciação, e afirma sua natureza social, não individual, apontando que a fala está indissoluvelmente ligada às condições da comunicação, que, por sua vez, estão sempre ligadas às estruturas sociais. 2 Assim, além do uso da fala