Platão
Flávio Roberto Chaddad∗
Marcela Cristina Chaddad*∗
RESUMO
Este trabalho objetivou traçar um paralelo entre a Reforma Universitária de 1968 com a política desenvolvimentista adotada pelo regime militar. Foi realizada uma pesquisa bibliográfica e, como metodologia de análise, adotou-se o método crítico dialético por este permitir uma leitura totalizante da realidade, dentro da história, em suas contradições. Como categoria de análise, adotou-se a contradição que a educação estabeleceu com o capitalismo desenvolvimentista implantado pelo regime militar. Verificou-se que ela suprimiu de mão-de-obra especializada as subsidiárias das multinacionais que vinham para o Brasil na nova expansão do sistema capitalista, na nova realização da mais-valia. Porém, nas considerações finais, fazemos menção a seu caráter dialético, em que salientamos que, mesmo sendo utilizada de forma ideológica pela ditadura, ajudou, através da mobilização social, a levar este período ditatorial à ruína. Palavras-chave: Expansão Capitalista. Educação Superior. Reforma Universitária de 1968.
1. INTRODUÇÃO
Ao término da Segunda Guerra Mundial, as condições para a expansão do capitalismo internacional promovidas pelos EUA, tanto para o continente europeu, como para os continentes americano, asiático e africano, já estavam estabelecidas. Com isto, toda problemática de acumulação capitalista já não mais existia. O fantasma da superprodução era passado, como afirmou BARAN (1986).
Face à ameaça de que as nações atrasadas pudessem se inclinar ao modo de produção socialista, os EUA lançam o Plano MARSHALL, que foi a reconstrução de uma
Europa arrasada pela guerra e a “modernização” das sociedades tidas como atrasadas, ou seja, o Terceiro Mundo. Com o Plano Marshall, os EUA tiveram papel fundamental na reconstrução da Europa, não apenas pelo investimento em capital, como também pela absorção maciça de efetivos