Platão

Böckenförde, Ernst- Wolfgang. História da filosofia do direito e do estado: antiguidade e idade média/ Ernst- Wolfgang Böckenförde; tradução de Adriana Beckman Meirelles. – Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Ed., 2012.

De uma forma geral, Platão tenta renovar a pólis a partir de uma posição de reflexão. Este grande filósofo fundou em Atenas a denominada Academia que tinha como objetivo capacitar jovens a conduzir suas vidas com base na filosofia platônica. A sua filosofia política determina essencialmente quanto ao correto ordenamento da pólis. É como se fosse um programa de reconstrução da pólis a partir de seu interior, ou seja, a partir da conduta e da postura do indivíduo. Suas teorias sobre a justiça e sobre o correto ordenamento da pólis têm seu fundamento filosófico em sua teoria das ideias, que possui múltiplas significações. Dentre elas estão: a)Ontológico (Ser real); b)Epistemológico (o que são ideias); e c)Axiológico (devem conduzir a pólis e as pessoas que nelas vivem no sentido de deixar para trás a discordância e alcançar a unidade e a paz). Desde o início Platão foca na ideia de justiça. Para ele, a justiça é o princípio básico para a vida das pessoas e para o ordenamento da pólis. Significa a adequada alocação de diferentes forças e seu campo de atuação é tanto o indivíduo como o ordenamento da pólis. É importante ressaltar que a justiça equivale à harmonia relacional. Relacionando indivíduo à justiça, esta consiste na atuação e convivência das 03 (três) partes da alma (razão, coragem e desejo sensível) em harmonia e equilíbrio estável, não em conflito. No ordenamento da pólis, a justiça é determinada a partir de um paralelo com a justiça relativa ao indivíduo e se caracteriza pelas relações equilibradas entre suas funções básicas, assim, a justiça é a base de sustentação. Portanto, para que haja um bom ordenamento e a harmonia da pólis, depende de que todos os membros desta, de acordo com o que lhes é próprio, contribuam e