Nesse mesmo período, na América, a cidade de Chicago vivia uma realidade urbana caótica. O processo de adensamento populacional se deu muito rapidamente e nessa medida foram se desenvolvendo diversas problemáticas urbanas. A convivência de diversos grupos de distintas nacionalidades num mesmo espaço, a concentração de pessoas em cortiços, a discrepância entre a insuficiente oferta de serviços e a procura e o alto índice de criminalidade provocaram desemprego, pobreza e ainda, a formação de guetos. É nessa medida que o poder público assume a necessidade de se planejar esse processo de expansão e com patrocínio do Clube Comercial de Chicago, publica o famoso e ousado Plano Diretor de Chicago de 1909. O plano buscava repensar a harmonia estética da metrópole, como forma de vislumbrar e instigar uma futura harmonia social. Daniel Burnham enquanto principal autor do plano, se inspira na reforma urbana desenvolvida por Haussman em Paris para a elaboração do seu projeto. O plano versava sobre um conjunto de grandes parques e avenidas integrando os sistemas de transportes às áreas de lazer e assim como em Paris, deveria contar com fontes e bulevares radiais. Outra proposta era que todos os indivíduos residissem próximos o suficiente da orla do lago Michigan, que deveria ser revitalizado, para caminharem até ele a pé. Burnham argumentava que assim como em Paris, essa reforma atrairia o público afortunado além de turistas para esses espaços de convivência. Para isso, no entanto, ele sugeria que uma significativa quantidade de cortiços e bordéis fosse removida a fim de possibilitar a abertura dos grandes parques e ainda estabelecia um padrão de desenho urbano. Um detalhe importante é que no Plano Diretor não se previa o novo destino dessas pessoas que seriam desapropriadas dos cortiços. O intuito, em suma, era a construção de um centro cívico novo, onde instituições governamentais e culturais se integrassem com os parques públicos e a com as novas instalações