Plano Collor
De novembro de 1989 a outubro de 1992, o país atravessou um período de intensa mobilização política. Na primeira eleição direta para presidente da República desde a instauração, 25 anos antes, de um regime militar no Brasil, a campanha de 89 iria refletir a expectativa do eleitorado, das lideranças políticas e da imprensa em torno da escolha de um governo que, enfim legitimado pelas urnas, seria capaz de promover as mudanças que a sociedade aguardava.
Retomando o clima de mobilização alcançado em campanhas notabilizadas pelo desgaste que promoveram ao regime, como a Diretas Já, os militantes dos partidos políticos, movimentos sociais, entidades civis e grupos religiosos engajaram-se em torno das diferentes candidaturas e ocuparam as ruas com panfletagem, passeatas e comícios. A imprensa cobriu essa mobilização, assim como o dia-a-dia dos candidatos, suas opiniões, atividades, a movimentação dos partidos e os debates regidos pela justiça eleitoral.
Um dos candidatos ocupou o espaço proporcionado pela mídia com um discurso verbal e gestual que viria a se mostrar vitorioso na conquista do eleitorado. Fernando Affonso Collor de Mello, eleito três anos antes governador de Alagoas, vinha sendo – desde a sua posse no Palácio dos Martírios, em 15 de março de 1987 – apresentado nacionalmente pela mídia como "Caçador de Marajás", apelido que recebera da imprensa por ter adotado medidas contrárias aos interesses de funcionários alagoanos de altos salários.
PLANO COLLOR
O Plano Collor é o nome dado ao conjunto de reformas econômicas e planos para estabilização da inflação criados durante a presidência de Fernando Collor de Mello (1990-1992), sendo o plano estendido até 31 de julho de 1993, quando foi substituído pelo embrião do que vinha a ser o Plano Real, implantado oficialmente em 1994. O plano era oficialmente chamado Plano Brasil Novo, mas ele se tornou associado fortemente a figura de Collor, e "Plano Collor" se tornou nome de facto.
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