planejamento familiar

FAMÍLIA

Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa
Departamento de Clínica Geral (2001-2002)

Dra.Teresa Ventura

Família
Dra. Teresa Ventura
A Medicina Familiar não separa a doença da pessoa nem a pessoa do seu ambiente. Reconhece que a saúde e a doença estão fortemente relacionadas com a personalidade, o modo de vida, o meio ambiente físico e as relações humanas.
Compreende a forte influência que as relações humanas têm no desenlace da doença e reconhece a família como o cadinho do desenvolvimento da pessoa.
Uma boa parte dos problemas que se apresentam ao Médico de Família não se poderão compreender totalmente, a menos que os analisemos no seu próprio contexto pessoal, familiar e social.
No contexto dos problemas de saúde, a família é particularmente importante, podendo funcionar como recurso a mobilizar no apoio à pessoa doente ou, pelo contrário, como factor de stress que agrava ou está mesmo na origem dos problemas do nosso paciente.
Muitos insucessos terapêuticos são consequência da falta de avaliação do sintoma no seu contexto. Para fazer essa avaliação, o médico tem de ser capaz de compreender a família e de estabelecer uma relação continuada e empática com o sistema familiar

1. ESTRUTURA FAMILIAR
Quando falamos de família, de que família estamos a falar? Família não é mais apenas aquele grupo específico de parentes constituído por pai, mãe e filhos, como dantes se falava. A família é hoje um espaço emocional à procura de novos equilíbrios e que pode revestir as mais diversas formas. Nos últimos anos sofreu grandes modificações: o aumento do número de divórcios, o planeamento familiar, a mudança do papel da mulher, o maior poder dos filhos, a valorização do amor, a diminuição do número de descendentes, etc. Se a família for definida como um grupo de pessoas íntimas com um passado e um futuro comum (Ransom e Vandervoort, 1973), então a estrutura actual do grupo poderá modificar-se sem alterar a sua função essencial.
Embora a