Planejamento Estratégico das cidades
Referência: RETTO JUNIOR, Adalberto da Silva. Entrevista com Otilia Arantes. Entrevista, São Paulo, ano 14, n. 056.02, Vitruvius, out. 2013,páginas: 2. Cidades "ocasionais": http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/14.056/4911?page=2; 3. Arquitetos e consultorias internacionais: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/14.056/4911?page=3 Entrevista com Otilia Arantes.
Cidades “ocasionais”
Na verdade, o que há de certo é que ambas as cidades saíram de décadas de opressão, quando as transformações que analisei ocorreram, e o objetivo destas, tanto numa como na outra, foi, em grande parte, restaurar a autoestima de seus habitantes, que lhes seria devolvida pela superfície refletora dos Grandes Projetos, mesmo que às custas de um redesenho sócio-econômico de efeitos bastante contraditórios.
Ambas as cidades, Berlim e Barcelona, “proclamando uma mistura arquitetônica e social que, no entanto, cedeu lugar aos interesses rentistas e onde a especulação imobiliária, desde o início, foi determinante em relação ao redesenho sócio-espacial, gerando igualmente, nas duas, processos de nítida gentrificação. Portanto, diferenças à parte, especialmente o fato único de uma cidade candidata à capital, depois de anos de isolamento, tanto em Barcelona, quanto em Berlim, as grandes empresas e os grandes negócios parece-me terem dominado a cena, sendo utilizadas também, de forma muito explícita, nas duas cidades, iscas culturais, do patrimônio preservado ou restaurado, como acabei de mencionar, aos novos equipamentos culturais”.
(...) Se as mudanças são consequência das ocasiões – ou seja, produzidas pelos grandes eventos – ou ao contrário, é o potencial de partes destas cidades que determinam as mudanças. Creio que ocorrem as duas coisas e, em muitos casos, são até interdependentes, ou seja: buscam-se pretextos (ocasiões), para se “desenvolver”, nas cidades-sedes, mudanças (nas suas configurações urbanas ou sociais)