Pirolise de carvão
Angélica de Cássia Oliveira Carneiro1
CONTEXTO ENERGÉTICO DA PRODUÇÃO DE CARVÃO VEGETAL
Em 2011, a área ocupada por plantios florestais no Brasil totalizou 6.515.844 ha, dos quais 4.873.952 ha (74,8%) são plantios de Eucalyptus (ABRAF, 2012). O segmento de celulose e papel concentra 36,1% da produção madeireira total do País, seguido pelos segmentos de lenha e outros (26,3%), madeira serrada (15,2%), siderúrgia a carvão vegetal (10,0%), painéis de madeira industrializada (7,4%) e compensados (3,7%) (ABRAF, 2012).
O Brasil é o único país que produz carvão vegetal em larga escala para ser utilizado na indústria, destacando-se, então, como maior produtor e consumidor de carvão vegetal. Ressalta‑se que o consumo do carvão vegetal está basicamente concentrado no mercado interno. Os principais destinos são os setores de ferro‑gusa e aço, que consomem 72% do carvão vegetal produzido, e de ferro‑liga, que utiliza 12%, seguido do residencial (cocção e aquecimento residencial), do industrial (excluindo-se a siderurgia), com destaque para a produção de cimentos, indústria química, de alimentos e de cerâmicas (EPE, 2011). De acordo com Resende e Santos (2010), estima-se que, no Brasil, aproximadamente um terço da produção de ferro-gusa e mais da metade da produção de ferro-liga utilizam carvão vegetal como termorredutor.
Nos últimos anos, o consumo máximo de carvão foi alcançado em 2005, quando foram produzidos e consumidos mais de 38 milhões de metros de carvão (mdc) (AMS, 2012), no entanto, a indústria siderúrgica foi afetada pela crise econômica ocorrida no cenário mundial a partir de setembro de 2008, provocando acentuada diminuição na exportação de ferro-gusa, aço e ferro-liga, e, consequentemente, na produção e consumo de carvão vegetal.
Em 2011, o consumo brasileiro de toras de madeira proveniente de plantios florestais de Eucalyptus para produção de carvão vegetal foi de 16.987.058 m³, o que representa 14,4% do consumo total