Petroleo e gas
Segurança e condições de trabalho nas plataformas de petróleo da bacia de campos
Área: Ergonomia e Segurança do Trabalho
Key-words: security and work conditions; work precarization; oil platforms offshore
1 - Introdução
Ao descrever o trabalho dos petroleiros em refinarias e terminais marítimos
FERREIRA e IGUTI (1996) procuram aprofundar e detalhar quatro de suas principais características: um trabalho perigoso, complexo, contínuo e coletivo. A nosso ver estas também são características marcantes no trabalho dos petroleiros em plataformas offshore.
Não que consideremos uma plataforma como sendo uma refinaria em alto mar, visão que remonta ao início das operações na Bacia de Campos, quando a maior parte dos trabalhadores não detinha ainda um entendimento mais preciso acerca do funcionamento de uma plataforma, em que “não se sabia nem o que era uma plataforma”, como afirmou um engenheiro que atuou no período inicial das operações na Bacia. Mas por constatarmos que tais aspectos aparecem de modo pronunciado em estudos como o de PESSANHA (1994) e
CHOUERI (1991), por exemplo.
As autoras citadas acima iniciam a discussão pelo aspecto relacionado ao perigo que envolve esta atividade, ao alto risco a que estão expostos os trabalhadores, pois
“Se há um consenso entre todos os que trabalham com o petróleo, seja numa refinaria ou num terminal, é a noção de perigo.
‘Em uma refinaria de petróleo, a gente costuma dizer que trabalha em cima de uma bomba. É uma bomba pior do que muita gente pensa...’ (fala de um petroleiro)
Em primeiro lugar, há o perigo de incêndios e explosões, que podem acontecer a qualquer momento, inesperadamente...” (FERREIRA e IGUTI, 1996, P.82).
Não são raros os depoimentos de petroleiros que deixam transparecer representações das refinarias e plataformas associadas a ‘bombas’ ou ‘barris de pólvora’ que podem explodir a qualquer momento, a ‘vulcões’ que podem entrar em erupção
repentinamente