Persas
A Fundação Iberê Camargo, projetada por Álvaro Siza, localizada no Rio Grande do Sul, revolucionou a arquitetura da cidade local, com a utilização de materiais inovadores, garantindo uma transformação na escala da paisagem e trazendo uma ampliação do número de atrações culturais na região, com a criação de um espaço digno para abrigar não somente as obras de Iberê Camargo, mas também promover, aulas, exposições e conhecimentos sobre a arquitetura contemporânea. O volume inscrito numa faixa estreita do terreno faz intervenções discretas e respeitosas, como se fosse esculpido das rochas, e ao mesmo tempo, caracterizando um corpo com seus “braços” voltado para o Rio Guaíba, criando uma relação entre a cidade, a estrada e o Rio. O arquiteto utilizou a vista vantajosa voltada ao rio e a vegetação com poucas aberturas, que emoldurassem a paisagem, criando também efeitos de luz no interior da obra. Todavia, mesmo com poucas aberturas, a iluminação no interior é feita por clarabóias, luz artificial e também o grande átrio que ilumina algumas áreas. Porém, sua relação principal é a ligação que faz com o interior, cheios e vazios, pois o vão central permite uma visão global internamente e promove a circulação entre as salas através de rampas. As rampas representam uma composição da forma, além da sua forma irregular e ângulos, elas criam um percurso dinâmico e ao mesmo tempo ela se transforma em um intervalo fechado, com um percurso, onde se converte em um labirinto, com intervalos fechados e vazados por aberturas pequenas que enquadram a paisagem. A relação na parte interna ocorre entre volumes, com a presença de elementos de composição como as linhas das paredes, que se encontram no chão, transmitindo continuidade. Os corredores estão conectados, fazendo com que as vigas e as paredes se cruzem de forma harmônica, e as paredes ortogonais, ao se encontrarem causam a impressão de um nó, onde ocorre o recorte das portas