Perfil de resistência e/ou susceptibilidade do plasmodium falciparum às drogas antimaláricas, especificamente à cloroquina e mefloquina

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1. Introdução

A malária é uma doença parasitária que acomete a população humana desde a pré-história, sendo por isso considerada uma das enfermidades mais antigas do mundo (Neghina R et al., 2010). É causada por hematozoários do filo Apicomplexa, do gênero Plasmodium. São cinco as espécies que parasitam naturalmente o homem: Plasmodium falciparum, Plasmodium vivax, Plasmodium malariae, Plasmodium ovale e Plasmodium knowlesi, parasito simiano, porém recentemente descrito como causador de infecções entre humanos (Rey L et al., 2008; White N J et al., 2008). Dentre essas espécies, as duas primeiras são as mais prevalentes no mundo. O P. falciparum, largamente predominante na África, é considerado a espécie de maior impacto na saúde pública em virtude das altas taxas de morbidade, mortalidade e multirresistência aos fármacos antimaláricos. O P. vivax é a espécie mais amplamente distribuída no mundo. Embora a malária por P. vivax seja considerada benigna, a infecção pode ser altamente debilitante causando importantes perdas sócio-econômicas. Os vetores de Plasmodium sp. são as fêmeas dos mosquitos do gênero Anopheles, destacando-se Anopheles gambiae como a espécie de maior capacidade vetorial no mundo. No Brasil, as principais espécies transmissoras da malária são: Anopheles darlingi, vetor primário na maior parte do território brasileiro, altamente antropofílico, endofágico e capaz de ser infectado por diferentes espécies de plasmódios (Barros F S et al., 2010) e Anopheles aquasalis, vetor secundário, por sua elevada exofagia e baixa antropofilia (Sinka M E et al., 2010).

1.1 A Situação atual da malária no mundo

A malária é uma das doenças parasitárias mais prevalentes no mundo. Aproximadamente 60% da população mundial está exposta ao risco de contrair a doença (Figura 1). Em 2009, foram estimados 237 milhões de casos de malária no mundo com aproximadamente 118.000 mortes (WHO/OMS, 2009). Apesar da África ter superioridade no número de casos, as Américas

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