Perdidas do ciberespaço
A era digital ainda é um enigma para o marketing das empresas. Saiba o que está mudando na relação com o consumidor - e por quêPor Felipe Polydoro É verdade que as áreas de marketing estão se mexendo: montam perfis no Twitter, criam campanhas interativas, apostam em comunicação mobile. Mas, ainda assim, a impressão é de que as ações são pontuais e muitas delas ainda carregam vícios de um paradigma que está ficando ultrapassado. Isso sem falar naquelas empresas que sequer se aventuraram a explorar as maravilhas do mundo digital. "Está todo mundo tentando entender este novo ambiente. Não há gurus ou superespecialistas e as certezas vão desmoronando à medida que as pessoas usam os meios digitais de forma não prevista", diz Eduardo Pellanda, professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da PUC-RS.
AMANHÃ conversou com especialistas em comunicação, executivos e pesquisadores - e consultou algumas obras teóricas da cibercultura - para dar mais clareza ao que realmente muda no marketing na era digital. A principal lição também não é inovadora: é preciso enxergar a floresta e não as árvores. Esqueça um pouco as novidades que brotam diariamente no ciberespaço (neste minuto deve estar surgindo uma nova rede social) e tente captar as grandes mudanças em curso. As transformações não são meramente tecnológicas, mas batem em cheio no comportamento e na relação das pessoas com o consumo e com as empresas.
A velha guarda corporativa terá de se acostumar com a ideia de que não tem mais controle sobre a marca.
"O primeiro passo é entender o novo modelo de comunicação. O que muda no comportamento do consumidor e na forma como ele interage com as empresas e marcas?", formula Cesar Paz, presidente da agência digital AG2 e da Associação Brasileira das Agências Digitais (Abradi). "Há uma revisão de conceitos e as empresas precisam estar preparadas para um novo mundo", argumenta Gal Barradas, vice-presidente de negócios da TV1, uma das maiores