Pensando sobre habilidades e competências

Hoje estou cansada de rótulos, de ter que pertencer a esta ou aquela comunidade, esta ou aquela religião, para ser aceito. Cansei de ter que “zoar” quem torce para um time diferente do meu, que tem menos ou mais títulos que meu time do coração. Minha paciência acabou, de verdade. Não preciso de rótulos, não preciso de times, nada disso me interessa, pois enquanto ocupo meu tempo discutindo futilidades, milhares de pessoas morrem de fome, milhares de crianças passam pelas escolas sem aprender o básico, milhares de doentes morrem nas filas dos hospitais sem atendimento mínimo para sua sobrevivência. Milhares de pessoas destroem suas vidas em drogas, outros milhares de pessoas se suicidam, infelizes, por não sentirem que tem por perto alguém em que possam confiar. E eu não percebo, não faço nada, porque perco meu tempo discutindo rótulos, times, igrejas. Deus é um só, independente da religião. Aliás, Deus é Deus, não religião. Minha espécie é a humana, independente de minha cor ou etnia. Minha nacionalidade, minha religião ou meu time de futebol não podem mudar minha condição humana. Então, para que perder tempo com bobagens que me afastam das demais pessoas?
Parafraseando Chaplin, criamos máquinas para nos servirem e acabamos servindo a elas, nos tornamos escravos delas e nos afastamos demais uns dos outros, criando barreiras e muralhas ao invés de pontes. Hoje não nos tocamos, nos cutucamos. Não trocamos idéias, compartilhamos frases feitas, atribuídas a pessoas que nem sabem de sua existência. Isso precisa mudar, o tempo está passando rápido demais e eu deixo de cuidar do que realmente importa. Ao invés de cutucar instintivamente, vou abraçar. Ao invés de compartilhar tudo o que aparece na minha tela, vou conversar. Ao invés de navegar viciadamente vou apreciar as coisas e pessoas belas que a vida oferece para minha humanidade.