São Paulo - Nesta quarta-feira (2/6), os advogados da família Gradin foram ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pedir à ministra Eliana Calmon, que comanda a corregedoria dos juízes, o acompanhamento do caso da disputa societária com a Odebrecht. A medida foi tomada após o pedido da Odebrecht pelo afastamentoda juíza Maria de Lourdes Oliveira Araújo, da 10ª Vara de Relações de Consumo Cíveis e Comerciais de Salvador, na Bahia, por considerá-la parcial em favor dos Gradin.
O advogado da Odebrecht, Francisco Bastos, afirma que a empresa estava disposta a resolver a disputa de qualquer forma, mas os Gradin rebatem. “A Odebrecht nunca aceitou a arbitragem nem mediação, apesar de as medidas constarem no acordo de acionistas e esse foi o motivo de nossa ação”, disse a EXAME.com Miguel Gradin, um dos acionistas da Graal, holding da família Gradin. “Nosso pedido foi para reconhecer que o exercício de recompra de nossas ações, feito pela Kieppe [controladora da Odebrecht], foi ilegal e em descumprimento do acordo de acionistas.”
Em 2000, Victor Gradin passou 20,6% à holding Graal, que tem como acionistas seus filhos Bernardo, Miguel e Ana Maria. Portanto, um ano antes do acordo de acionistas vigente que possibilita a recompra das ações de executivos e de conselheiros que tenham ultrapassado a idade de 65 e 70 anos, respectivamente. Victor Grandin tem 79 anos, mas como cedeu as ações, os papéis ficam de fora dessa cláusula. Além disso, os filhos de Victor não eram elegíveis para o exercício da recompra de ações.
Entre setembro e dezembro do ano passado, as famílias negociaram um novo acordo de acionistas, proposto por Marcelo Odebrecht, presidente do grupo, para a entrada de 100 novos acionistas como forma de reter executivos na empresa. Nos novos termos, os papéis dos Gradin perderiam liquidez, por isso a família recusou a proposta. Em outubro, no entanto, a