Patologias psiquicas e o trabalho
A psicopatologia é um campo de muita relevância e alta complexidade dada a característica multifatorial dessas doenças. Os distúrbios psíquicos são condicionados pela interação de vários fatores.
Ao estudar a Psicopatologia no trabalho procura-se entender os processos que, no trabalho, condicionam agravos psicopatológicos nos indivíduos. Transtornos mentais relacionados ao trabalho podem ter uma origem orgânica por lesão cerebral ou advir da exposição a substâncias químicas.
Esse não será o foco da nossa abordagem. Interessa-nos os transtornos mentais que surgem da complexa interação de fatores relativos à organização de trabalho com o aparato psíquico dos trabalhadores.
O trabalho é importante em nossa sociedade por seu valor econômico
(subsistência) e cultural (posição social). O trabalho ocupa, também, um lugar fundamental na dinâmica do investimento afetivo das pessoas. Condições favoráveis à livre utilização das habilidades dos trabalhadores e ao controle do trabalho pelos trabalhadores têm sido identificadas como importantes requisitos para que o trabalho possa proporcionar prazer, bem-estar e saúde, deixando de provocar doenças. Por outro lado, o trabalho desprovido de significação, sem suporte social, não-reconhecido ou que se constitua em fonte de ameaça à integridade física e/ou psíquica, pode desencadear sofrimento psíquico. 1
Situações variadas como um fracasso, uma mudança de posição
(ascensão ou queda) na hierarquia frequentemente determinam quadros psicopatológicos diversos, desde os chamados transtornos de ajustamento ou reações ao estresse até depressões graves e incapacitantes, variando segundo características do contexto da situação e do modo do indivíduo responder a elas.1 O processo de comunicação dentro do ambiente de trabalho, moldado pela cultura organizacional, também é considerado fator importante na determinação da saúde mental, por poder ser um fator gerador de tensão.
Os níveis de atenção e