Paródia de Quimica do 2º Ano
Casa de Pensão foi baseado em uma história real de grande repercussão na época, a Questão Capistrano - crime que envolveu dois estudantes de modo muito parecido com o da narrativa de Aluísio Azevedo.
Amâncio é um jovem que vem do Maranhão para o Rio de Janeiro para estudar medicina, hospedando-se na casa de um conhecido da família. O modo de vida boêmio que adota, porém, o leva a desentendimentos na casa, o que faz com que se mude para uma pensão. O seu dono, João Coqueiro, lhe fora apresentado por seu grande amigo Paiva Rocha, que também viera do Maranhão.
Lá, ele se envolve com Amélia, irmã de João Coqueiro. Ele e sua mulher, Mme. Brizard, usam o caso para envolver Amâncio em uma série de tramas, explorando-o e lhe tirando dinheiro. Sufocado pelo ambiente asfixiante e corrupto da pensão, Amâncio decide voltar para o Maranhão para ver a mãe, que acabara de se tornar viúva.
Suspeitando da viagem de Amâncio, João Coqueiro consegue a prisão do estudante sob a acusação de defloramento. Depois de rumoroso julgamento, Amâncio é inocentado; inconformado com o veredito, João Coqueiro o mata com um tiro.
Em O Mulato, Aluísio Azevedo baseia a narrativa na história de um herói; em O Cortiço, a baseia na dinâmica de um ambiente. Pois Casa de Pensão coloca-se em um meio termo entre os dois, pois é o ambiente que impulsiona as ações do personagem. A construção dos personagens, como é comum no Realismo, segue a ótica determinista; o autor deixa bem explícito o modo como a educação de Amâncio forma o seu caráter, como podemos ver neste parágrafo:
"... esses pequenos episódios de infância, tão insignificântes na aparência, decretaram a diluição que devia tomar o caráter de Amâncio. Desde logo habituou-se a fazer uma falsa idéia de seus semelhantes; julgou os homens por seu pai, seu professor e seus condiscípulos. - E abominou-os. Principiou a aborrecê-los secretamente, por uma fatalidade do ressentimento, principiou a desconfiar de todos, a