partidos de cartel em Katz e Mair
A gênese do excerto do texto de Katz e Mair se dá por um debate da metodologia analítica adotada pela literatura contemporânea de até então, o que é de suma importância para entender criticamente o olhar que os autores imprimem sobre o estudo dos partidos políticos, bem como de suas respectivas tipologias, tema posto em voga nesse trabalho. Segundo eles, a perspectiva dessa literatura enxerga essa temática por meio da análise da relação entre partido e sociedade civil, visão esta que proporcionará as classificações e os entendimentos vinculados a essa vertente teórica. Na contramão, Katz e Mair sustentam a ideia de que os partidos políticos são o reflexo de um processo dialético interior ao desenvolvimento político em que, em linhas gerais, nada mais é do que um fenômeno contínuo que exibe um mecanismo de reconstrução do partido, ou seja, cada partido gera uma reação em si mesmo, provocando um desenvolvimento que o transforma num novo partido e, com a variável tempo nessa mecânica, isso se repete sucessivamente, gerando diferentes estágios do modelo partidário. Esse instrumento de análise de Katz e Mair é bastante audacioso porque, além de tentar trazer algo como uma história dos modelos partidários - visto que eles chegam a datar alguns dos diferentes estágios que aqui serão reexpostos -, classifica-os de maneira pontual. Em se tratando dessa classificação, é de suma importância salientar duas principais características teóricas adotadas pelos autores, a primeira é a adoção de conceitos já erguidos pela literatura política - exceto o mais importante, que é defendido por eles -, e a segunda é a aplicação de um modo de classificação que trabalha com uma estrutura semelhante à defendida pelo método weberiano dos tipos ideais, ou seja, que pensa nos modelos de partidos menos como tipologias inflexíveis e únicas numa realidade empírica do que como