PARQUE MADUREIRA
Este trabalho não tem pretensão de ser exaustivo muito menos definitivo: quem ousaria dar conta de todos os caminhos e locais turísticos de Madureira? Ao chegar em Madureira desfilam diante de nossos olhos escolas e bibliotecas, quadra de samba e Jongo, museu e terreiros, bares e irmandades, artistas da pena, do cinzel e da dança, oficinas e centros de pesquisas, organizações contra vários tipos de discriminação: por etnia, religião, gênero ou orientação sexual. Uma grande diversidade de religiosos, percussionistas, passistas e compositores. Dessa forma o bairro de Madureira pode ser visto como uma grande tapeçaria, onde cada realidade é um valioso retalho que se justapõe as demais, compondo uma bela obra que transpirar cultura e história.
Para costurar os fios, na tentativa de nos ajudar na travessia, abrindo os caminhos até esse nosso lugar temos o precioso auxilio do traço e da poesia de dois legítimos representantes deste lugar chamado Madureira, Arlindo Cruz e Mauro Diniz, que expressam o orgulho e dignidade que possuem através de suas declarações a respeito de Madureira. Desejo que este caminho nos conduza a um parque, à semelhança de uma criança que se encanta com o lúdico proporcionado pelo espaço da brincadeira; dos jovens amantes que se expiram no entardecer de cada dia, para manter acesa a chama do amor; de homens e mulheres maduros que visualizam o verde e os encantos da natureza para legitimar suas certezas existenciais; por fim, dos idosos que ali encontram um lugar de paz e descanso para os seus corpos tatuados pelas experiências que a vida os legou:
Meu Lugar (Compositor: Arlindo Cruz/Muro Diniz)
O meu lugar, é caminho de Ogum e Iansã, lá tem samba até de manhã, uma ginga em cada andar.
O meu lugar, é cercado de luta e suor, esperança num mundo melhor, e cerveja pra comemorar.
O meu lugar, tem seus mitos e seres de luz, é bem perto de Oswaldo Cruz,
Cascadura, Vaz Lobo, Irajá.
O meu lugar, é sorriso é paz e prazer,