Paragonlés, uma resenha.

481 palavras 2 páginas
Trabalho escrito sobre os Parangolés, de Hélio Oiticica para a disciplina Teoria da Percepção, Universidade Federal Fluminense.

“Parangolé são capas, estandartes, bandeiras para serem vestidas ou carregadas pelo participante de um happening.” É de sua participação na Estação Primeira de Mangueira, e de seu recém descoberto interesse no samba que Hélio Oiticica tira inspiração para a criação de uma de suas mais grandiosas obras, os parangolés. É uma obra que traz, em seu íntimo, a manifestação de uma necessidade do artista, "uma necessidade vital de desintelectualização, de desinibição intelectual, da necessidade de uma livre expressão" segundo o mesmo, que foi o fator que motivou sua entrada no universo colorido, ritmado e carnavalesco da Mangueira. O parangolé é uma representação da própria essência do carnaval. O ápice da cor e do movimento, a fusão entre a obra de arte e o corpo humano. É uma obra que não existe por si só. Sua existência depende fundamentalmente de um corpo no qual se incorporar, um corpo que lhe atribua movimento e alma. E tão importante quanto é o caminho oposto: o corpo se incorpora na arte, o corpo move, vive, respira a arte. O Ser deixa de ser um mero espectador e se insere na própria essência da obra. Uma obra que não se contempla, mas ao invés disso, se vivencia. Dessa forma, Oiticica revoluciona com os modelos de arte clássica, e explora amplamente os campos sensoriais. A cor é tátil, a cor é sonora, é palatável, olfativa. Tudo é cor e a cor é tudo. Uma experiencia artística que supera as próprias fronteiras da arte, uma vez que sua existência como tal está limitada a uma determinada condição, a condição de movimento, por um curto período, vinculada ao conjunto de arte e corpo, gerando um ser que transcende as barreiras entre o espectador e a arte, de maneira qual que o conjunto acaba por tornar-se uma “anti-arte” “O 'ato' do espectador ao carregar a obra revela a totalidade expressiva da mesma na sua estrutura: a estrutura

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