Paradoxo

PARADOXO

Nada Tendo e Possuindo Tudo
Embora Pobre, Enriquecendo a Muitos

Como poderei eu algum vez esquecer daquela fria e ensolarada manhã de domingo?. Isto já faz alguns anos,embora não o suficiente para me fazer esquecer. Como se fosse hoje, ainda recordo daquele momento, com riqueza de detalhes. É o que passo a relatar nas linhas que se seguem.

Lembro-me bem de haver saído de casa bastante apressado naquele dia tão especial e marcante. Meu celular havia descarregado ao longo da noite, de modo que o despertador não realizou o seu papel e por pouco também não impediu a mim de realizar o meu! Eis o motivo pelo qual chegara bastante apavorado e ofegante ao local onde defenderia a tese que garantiria o meu Doutorado em Filosofia.

O prédio no qual o evento se realizara, houvera sido cuidadosamente escolhido, evidenciando muito bom gosto dos seus idealizadores! Inegavelmente, uma verdadeira obra-de-arte da Engenharia Moderna, mesclada com traços austeros da arte barroca, cuja beleza, sem qualquer exagero, era capaz de atrair, o olhar do mais absorto e distraído dos humanos. Enquanto subia correndo o último dos sete degraus de marfim, a apenas um passo do glamuroso portal de entrada, um dos três livros que trazia em minha mão esquerda, despencou degraus abaixo. Voltando-me para trás e ao olhar para baixo, jamais poderia imaginar que algo chamaria tanto a minha atenção e marcaria aquela manhã, inicialmente já um tanto agitada: Um senhor de aspecto estranho, semblante cansado, aparentando como que entre 45 e 50 anos, se apressou a pegar o livro e após tê-lo feito com muita diligência, veio vindo em minha direção, o tempo todo com os seus olhos fitados no livro. Enquanto decia, um a um, os degraus, e à medida que me aproximava dele, já um tanto aborrecido pelo atraso e agora pelo inuzitado incidente, por um momento tive a estranha sensação de que já o havia visto antes, embora tivesse absoluta certeza de tê-lo avistado pela