Paradigmas

A ESTRUTURA DAS REVOLUÇÕES CIENTÍFICAS: PARADIGMAS

A investigação histórica cuidadosa de uma determinada especialidade num determinado momento revela um conjunto de ilustrações recorrentes e quase padronizadas de diferentes teorias nas suas aplicações conceituais, instrumentais e na observação. Essas são os paradigmas da comunidade. Entretanto, o único consenso a que se chega é que vários indivíduos diferentes podem concordar na identificação de um paradigma, sem necessariamente entrar num acordo quanto a uma interpretação ou racionalização deste. Apesar disso, a falta de uma unanimidade na concordância entre os indivíduos não impede que um paradigma oriente uma certa pesquisa. A ciência normal pode ser parcialmente determinada através dos paradigmas, esse processo é frequentemente auxiliado pela formulação de regras e suposições, mas não dependente dela. Na verdade, a existência de um paradigma nem mesmo precisa implicar a existência de qualquer conjunto completo de regras. Numa tradição específica da ciência normal, surgem problemas e técnicas de pesquisa, estas podem relacionar-se por semelhança ou modelando-se numa ou outra parte do corpo científico já reconhecido pela comunidade. Os cientistas trabalham à partir de modelos previamente adquiridos, muitas vezes, sem questionar as características que proporcionaram a validez desse paradigma comunitário. Conclui-se, portanto, que os paradigmas podem ser anteriores, mas mostram-se mais completos que qualquer conjunto de regras. A ciência normal pode avançar sem regras somente enquanto a comunidade científica aceitar sem questionamentos as soluções de problemas específicas já obtidas. Portanto, as regras deveriam assumir importância e a falta de interesse que as rodeia deveria frustrar-se sempre que os paradigmas parecessem inseguros. Conclui-se que os paradigmas poderiam orientar a ciência normal, as pesquisas, seja modelando-as diretamente