Paradigmas da Comunicação

No texto “Paradigmas da Comunicação: Conhecer o quê?”, Vera Veiga França analisa as especificidades da comunicação como estudo científico. É feita uma reflexão sobre as facetas da comunicação, abordando a complexidade, circularidade e globalidade da área. A autora, que leciona há mais de vinte anos disciplinas de Teoria da Comunicação, ressalta a necessidade de resgatar a importância e o papel que a disciplina ocupa na formação dos profissionais de comunicação. Ela lembra que falta ao estudo da Teoria de Comunicação um conteúdo específico e referências bibliográficas firmes. Através de sua experiência na área, França reforça o aspecto mutável e a discrepância entre os diversos cronogramas de disciplinas de Teoria de Comunicação. Ela reconhece o panorama diversificado da comunicação e de suas fases e correntes de estudo. Mas reforça a necessidade de um consenso entre a comunidade científica sobre as bases conceituais existentes.
O texto aborda aspectos da comunicação, como seu processo evolutivo, e os impasses e contradições envolvidos em seu desenvolvimento. Para esclarecer esses pontos, a autora estrutura seu estudo em questões norteadoras: a definição do objeto da comunicação; a interdisciplinaridade; as correntes de estudo; os paradigmas da área. Em relação à definição do objeto, a autora lembra que na formação de um domínio de conhecimento, a demarcação do objeto de estudo é fundamental. E questiona justamente a falta de definição na comunicação. Geralmente, dois objetos são identificados nas pesquisas da área: os meios de comunicação e o processo produtivo. A segunda questão abordada pela autora é a interdisciplinaridade da comunicação. O jornalista, por exemplo, é um profissional conhecido por ser generalista que deve estar atento a áreas diversas, pois a notícia envolve diferentes segmentos do cotidiano. Essa característica também pode ser aplicada na comunicação, uma vez que ela não é uma ciência exata, mas está em constante alteração. Esse fato