PARA TER UMA VIDA PLENA

PARA TER UMA VIDA PLENA - RELATO

• Azar

Lá no ano dois mil, ou desde que ele se lembra, aconteceu na vida dele como acontece na vida de qualquer outra criança.

- A minha vida, sempre foi traçada por fatos que acontece na vida de qualquer criança daquela idade, brincava, caia, brigava, chorava, mas essas coisas terminavam assim que minha mãe saia na rua e gritava;

- Fé!
- Fernando, cadê você, ta na hora de entrar!
- Ta mãe, já vou! - Assim que entrava ela pedia para eu ir tomar banho, que ela iria me dar meu leite (risos) na cama... [reparei que ele ficou olhando fixamente olhando para um objeto pensando e com um sorriso de canto]... Ah ela não queria que eu ficasse até tarde acordado para eu não assistir as novelas, que desde aquela época as novelas já tinham cenas absurdas. Então eu tomava meu banho, e ia me deitar, por que meu pai...

- Só um minuto vou fazer um café, desculpa, mas parece que sua história é realmente interessante! [empolgante, eu estava!]. - Ah, tudo bem, vou aguardar aqui mesmo.

Minutos depois.

- Aceita um café? [o ofereci com maior prazer]. - Claro! Hum que bom, mas onde paramos? – me perguntou Fernando. - Paramos na parte em que você falava do seu pai. - Ah, sim! - Então, meu pai tinha um sério problema com bebida, é hoje tenho certeza, meu pai é um alcoólatra, talvez um drogado, mas nunca me deixei levar por essas atitudes dele. Enfim naquele dia meu pai como de costume, chegou bêbado, e eu já deitado, ouvi e vi como se fosse ontem, ele... (alguns minutos em silencio)... batendo na minha mãe (pausa). A empurrou contra o guarda roupa e ainda desferiu um soco em seu peito que chegou a doer em mim.

- Isso acontecia com freqüência? – O indaguei. - Nem sempre, mas quando isso acontecia...

[Vi seus olhos ficarem avermelhados, e logo fragilizado deslizou lentamente uma lágrima]. - Desculpa! - Por nada, vou pegar um lenço! - Não. Não precisa obrigado. - Quer continuar? – lhe perguntei meio tenso. -