Para Sennett

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Para Sennett, o novo capitalismo afeta o caráter pessoal dos indivíduos, principalmente porque não oferece condições para construção de uma narrativa linear de vida, sustentada na experiência. como se pode buscar objetivos de longo prazo numa sociedade de curto prazo? Como se podem manter relações duráveis?
(p.27)
a concentração de poder sem centralização, que aparentemente parece dar ao trabalho em equipe maior controle sob o trabalho que desenvolve, mas na verdade quem decide o que fazer e quando, ainda é o capitalista, restando aos trabalhadores apenas como fazer suas atividades.
Além disso, esta nova estrutura de poder cria novas formas de controle, como por exemplo o trabalho em casa, no qual troca-se “o controle face-aface” pelo controle eletrônico.
Por esta razão Sennett argumenta que o trabalho flexí- vel leva a um processo de degradação dos trabalhadores de ofício, pois com a introdução de novas tecnologias organizacionais, o trabalho tornou-se fácil, superficial e ilegível.
No regime flexível as dificuldades sempre se consolidam no ato de correr riscos, as próprias incertezas das organizações flexíveis impõem aos trabalhadores correrem riscos com seus trabalhos, colocando em prova o caráter pessoal. A nova ordem concentra-se na capacidade imediata, não leva em conta que acumulação dá sentido e direito às pessoas; e daí a preferência do capitalismo pelos mais jovens, por serem mais adaptáveis às formas flexíveis de trabalho. Os riscos, além de colocar em questão o senso de caráter, propiciam aos indivíduos um sentimento de esvaziamento completo em todos os sentidos (moral, social, cultural ou político)
Um ponto claro na discussão de Sennett é que embora o trabalho flexível tente romper com a rotina e a burocracia, ele não conseguiu ainda superar o trabalho fordista, mas, pelo contrário, precarizou as relações de trabalho e os próprios homens ao extremo, assim como também a ética do trabalho em equipe não superou a ética da rotina; as duas convivem em uma

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