Para além da crise econômica: o grande capital e a opinião pública na redemocratização
Durante o governo Figueiredo, o fracasso do modelo político-econômico adotado pelo regime militar ficou evidente. A grave crise em que o país se via mergulhado fez com que diferentes setores da sociedade aumentassem as pressões pelo fim do regime. Três setores foram de grande importância: dentro da aliança das classes dominantes, que se encontrava em crise, havia os neoliberais e os desenvolvimentistas. Do outro lado, havia as pressões das classes populares, como, por exemplo, dos movimentos sindicais.
O fim do regime, representado pela Nova República, entretanto, não representou uma ruptura total com muitas de suas práticas políticas e econômicas. Houve grande internacionalização e democratização o que levou a uma reformulação das regras do campo e das estratégias do discurso publicitário.
No Plano Cruzado, muito da lucratividade das empresas foi reduzido. Como ocorrido poucas vezes durante muito tempo, a atuação do Estado dava-se no sentido de beneficiar as classes populares e médias em detrimento das classes proprietárias.
Os populares pressionavam o estado por um maior controle do capital no intuito de proporcionar melhores condições de vida. O grande capital, através de veículos midiáticos, tentou converter o discurso da opinião pública a seu favor, associando esse controle como uma ameaça à democracia. O capitalismo e a livre-iniciativa eram mostrados, portanto, como fundamentais às bases democráticas, como fatores constitutivos de liberdade, prosperidade e crescimento. O que eles temiam, na realidade, era o