Papel Forte de Antonio Vieira

“Papel Forte” de Vieira, de 1648 O “papel forte”, do Padre Antonio Vieira, é um documento datado do ano de 1648 e expressa as mais diversas problemáticas enfrentadas pela coroa portuguesa na manutenção do seu Império Ultramarino. Tal documento é permeado por um tempo de disputas territoriais e, consequentemente, econômicas, as quais principes e monarcas almejavam domínios na América, Asia e África. Sob essa ótica, o Império Ultramarino Português se encontrava em crise: a Holanda, uma das maiores potências da época, atacava seus domínios na África (Angola) e América (Brasil). Somado a tal fator, Portugal se encontrava em guerra com a Espanha, almejando separar a então comunhão das Coroas, estabelecidas desde 1580. Neste contexto, emerge a figura do Padre Antônio Vieira, jesuíta establecido no Brasil, que detinha uma peso diplomático e conhecimento acerca da terra que habitava, além do Império que defendera. Tal personagem apresenta o referido documento com três objetivos principais, os quais serão desenrolados na resposta aqui apresentada: a restituição dos territórios à Holanda, a defesa dos portugueses estabelecidos em terras neerlandesas e evitar a derrota na guerra contra a Espanha. Os três objetivos, como se observa, culminam para uma direção: a preservação do Império Ultramarino Português. O primeiro objetivo, como apresentado acima, deve ser analisado sob uma perspectiva ampla: a restituição dos territórios conquistados pela Holanda tem a ver com a conjuntura a qual o Império Português estava inserido. Primeiramente, é preciso salientar que, para a visão do Padre Antônio Vieira, o Império Português não conseguiria fazer frente aos ataques holandeses. Como explicitado pelo mesmo, a Holanda era uma das maiores potências da época, com uma das melhores frotas. Já Portugal era incipiente nesse aspecto, e desta forma não conseguiria fazer frente ao ataque holandês. Desta forma, visando a não