Papel da educação na humanização

Título: Papel da educação na humanização
Revista da FAEEBA – Faculdade de Educação do Estado da Bahia
Ano 6 Número 7, Janeiro a Junho de 1997, - Edição de Homenagem a Paulo Freire

No texto sobre o papel da educação na humanização, Paulo Freire define que a forma de educação é a maneira como o homem é visto dentro do processo pedagógico. Quando se pensa nele como “coisa” o processo resulta em domesticação, já quando o encaramos como um ser capaz de transformar o mundo a educação se torna libertadora. Freire critica o tipo de educação que transforma seres capazes de mudar sua realidade em objetos que somente assimilam informações prontas, o texto denomina essa concepção de educação como bancária. Infelizmente, essa concepção pode ser vista com freqüência dentro das instituições de ensino, onde, muitas vezes, a função do educador é apenas transmitir conhecimentos e cobrar uma disciplina excessiva, não abrindo espaço para o diálogo em suas aulas, denominando as indagações e buscas do aluno como rebeldia. A esses alunos domesticados pela “educação bancária” Freire atribui um analfabetismo político, ou seja, uma alienação e incapacidade de mudar a realidade. Na educação humanista não existe a ideia de que quem obtém o conhecimento é somente o professor e isso é o mais enriquecedor nessa concepção, pois, trata as pessoas que convivem no âmbito escolar como pessoas, que sempre têm coisas novas a aprender e juntos mudarem a realidade em que vive. Freire valoriza essas relações, pois a partir de debates e sem imposições é que se podem fazer reflexões criticas. Em suma, “ a libertação da consciência de toda a manipulação e de todo o doutrinamento que lhe foram impostos pelo capitalismo, torna-se uma tarefa essencial e um preâmbulo necessário” (FREIRE, pag. 11).