Paisagismo no brasil
A introdução do paisagismo no Brasil foi tardia se comparada ao que ocorreu no mundo oriental. Com poucas exceções, os primeiros grandes espaços verdes só apareceram no século XVIII. O Passeio Público do Rio de Janeiro, por exemplo, um antigo charco, foi aterrado e ajardinado em 1783. Porém, havia tantas regras para a sua utilização que o local acabou sendo abandonado. O Passeio Público é, oficialmente, o mais antigo parque urbano do Brasil destinado a servir à população. Criado por ordem do vice-rei Luís de Vasconcelos de Sousa, foi projetado por mestre Valentim da Fonseca e Silva segundo um traçado extremamente geométrico, inspirado nas tradições de desenho do jardim clássico francês. A história documentada do paisagismo no Brasil iniciou-se com a chegada de Dom João VI, em 1807, que destinou ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro a vocação de cultivar espécies para a produção de carvão, matéria-prima para a fabricação de pólvora. Até meados do século XIX, influenciados pelas mulheres, membros da corte solicitavam aos cônsules e embaixadores, sementes e mudas de espécies floríferas para ornamentar os jardins dos palacetes que se localizavam no bairro São Cristóvão, no Rio de Janeiro. Com isso chegaram ao Brasil algumas espécies como: agapantos, roseiras, copos-de-leite, dálias, jasmins, lírios e craveiros, entre outras. A palmeira-imperial (Roystonea oleracea), originária da Venezuela e da Colômbia, chegou ao Brasil trazida pelos portugueses libertados da Ilha de Maurício. Sementes dessa espécie foram presenteadas ao príncipe D. João VI, que as plantou no Horto Real. Já a palmeira-real (Roystonea regia), nativa de Cuba e Porto Rico, de porte mais baixo e estipe mais grosso, foi introduzida quase um século depois. Em 1859, Dom Pedro I contratou o engenheiro hidráulico francês August Marie Glaziou, integrante de uma missão francesa, que foi o principal paisagista do Império e que ocupou o cargo