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2806 palavras 12 páginas
Ulisses como protótipo do homem moderno a partir de uma leitura de Adorno e
Horkheimer na Dialética do Esclarecimento.
Olmaro Paulo Mass1

RESUMO: Ulisses e seus companheiros sofrem, enfrentam os obstáculos, as intempéries da natureza, que também lhes dão condições para a sua sobrevivência. Necessitam de respeitar as regras impostas pelos deuses e da natureza para enfrentar o desconhecido, o monstruoso. A lei da hospitalidade não é respeitada, e Ulisses e seus companheiros padecem do elo entre os mortais e a dos deuses. Mas Ulisses como sujeito mortal constitui-se astuto mediante a dominação de seus instintos e da natureza em relação aos perigos do mar. Ulisses forja uma mediação às normas da natureza, submetendo-se numa aparente rendição ao seu destino, para superar os obstáculos, os percalços imprevistos.

Palavras - chave: Ulisses, natureza hospitalidade, mito e esclarecimento

Para Adorno e Horkheimer, a desmitologização e a dominação da natureza não estão interrompidas. O conceito de esclarecimento está relacionado ao desencantamento do mundo, por meio da imaginação e a criação mítica e à modernidade, por um saber mais lógico, abstrato e seguro. A sociedade burguesa, dominada pelo equivalente de sobrevivência desenvolve um processo de repulsa quando não há mais reconhecimento do seu poder, substrato de sua dominação: “cada resistência espiritual que ele encontra serve apenas para aumentar a sua força. Isso se deve ao fato de que o esclarecimento ainda se reconhece a si mesmo nos próprios mitos”2.

Por isso, o fim do terror nacional socialista e as sucessivas

guerras não são meros fatos históricos isolados ou acidentais, mas resultado do totalitarismo e da hipocrisia da civilização burguesa que impera por meio do medo e da autoconservação.
A partir do conceito de racionalidade instrumental desenvolvida na Dialética do
Esclarecimento, Adorno e Horkheimer, procuram às raízes da ruína da modernidade, do projeto iluminista que não

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