Os valores semânticos da conjunção adversativa MAS em tiras de humor
Michele Oliveira
RESUMO
Levando em consideração que as gramáticas normativas pouco explicitam sobre o uso dos conectivos, o estudo foi embasado em teorias que discorrem, minuciosamente, sobre as diversas funções desses elementos de coesão. A articulação entre elementos textuais depende, em grande parte, do emprego dos conectores, contribuindo para a interpretação dos fatos descritos e o estudo das relações do discurso. Partindo do princípio da Linguística Textual e da Gramática Funcional, este estudo tem o objetivo de relatar as diferenças de funções do conector de contrajunção mas em tiras de humor. Este gênero discursivo tem sido muito utilizado em livros didáticos, atuando como desencadeador de reflexões sobre o funcionamento da língua e atividade de compreensão textual. Fica evidente, nesse estudo, que o conector mas não tem apenas o sentido de oposição/contraste e a função de ligar frases independentes, mas, também, tem um grande valor para a significação do texto.
Palavras-chave: Conector mas. Gêneros textuais. Linguística Textual. Tiras de Humor.
1. INTRODUÇÃO
Este artigo tem o propósito de analisar os valores discursivos do conectivo mas em tiras de humor, considerando o processo da coesão textual que, para Koch (1996, p. 17), “diz respeito ao conjunto de elementos semânticos por meio dos quais uma sentença se liga com a que veio antes”. O estudo sobre coesão e coerência tem sido um fator predominante na Linguística Textual, a qual não tem mais por estudo a frase isolada, mas sim o texto como unidade básica de significação.
O corpus escolhido para este estudo são as tirar de humor veiculadas em jornais e, posteriormente, utilizadas em livros didáticos, visto que é necessário um conjunto de competências que possibilitem a interpretação deste discurso. A compreensão deste gênero não se faz apenas de forma intuitiva, sem que o leitor tenha consciência dos mecanismos