OS REINOS AFRO ISLAMICO

5785 palavras 24 páginas
Moçambique como centro de articulação do comércio português do Índico Afro-Asiático

Corcino Medeiros dos Santos
Universidade de Brasília – UnB

A conquista da África oriental

Quando Vasco da Gama empreendeu a viagem de descoberta do caminho marítimo para a Índia, entrou em águas cujas costas mantinham entre si estreitas relações comerciais. Eram os árabes de Oman que se dedicavam ao comércio no Oceano Índico. Na África Oriental estes árabes ocupavam-se do comércio na extensão de costa entre Mogadoxo e Sofala. As principais mercadorias levadas pelas árabes às costas africanas eram tecidos de algodão branco e multicolores trazidos da Índia e Missanga e Ágata. Estas eram trocadas por marfim, escravo e ouro e também tartaruga, âmbar, cera, resina e caurim. Desse modo, para os portugueses, de 1497/98, o Oceano Índico estava totalmente dominado pelos árabes que os receberam com hostilidades.

Mas o ouro da África Oriental era vital para o comércio português no Oriente e para o resgate do ouro africano era preciso estabelecer feitorias na costa, o que fizeram a partir de 1500. Nesta data, foram edificadas as de Calecute e Cochim. Em 1501 de Cananor; em 1502 a de Moçambique e em 1505 a Fortaleza de Sofala e a feitoria de Quiloa (FRITZ HOPPE, 1970).

Além do imediato interesse na Ilha de Moçambique como base de abastecimento dos navios da carreira da Índia, havia o comércio do ouro de Sofala e seu “hinterland’ constituído pelos territórios auríferos de Manica, Massapa e Abutua. Sofala era para os portugueses um éden de riquezas, o país de Ofir da Bíblia, de onde esperavam riquezas semelhantes as que a rainha de Sabá ofereceu ao rei Salomão.

Até 1530 os portugueses tentaram lutar, sem êxito contra o bloqueio que lhes moviam os árabes que transformaram Angoxe no novo centro escoador do ouro como, também, contra o bloqueio de algumas dinastias que impediam a passagem das mercadorias da costa para o interior. Neste último obstáculo, está o caso do

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